08 de Julho de 2016 - 11:02:49h
Aos 7 meses, Maria Luiza ainda tem poucos fios de cabelo. “Mas já dá para fazer uma chuquinha na frente”, comemora a mãe, a administradora de empresas Renata Nunes, 33 anos. Embora tenha ficado chateada quando a pequena foi confundida com um menino ainda na maternidade, ela não liga. “O meu filho mais velho, Murilo, também nasceu carequinha e, aos 3 anos, já tem o cabelo farto e grosso. Eu mesma fui assim. Naquela época, havia até receitas caseiras, como óleo de mamona, para fazê-lo crescer. Mas hoje sabemos que é normal”, relembra. Renata tem razão. Os cabelos das crianças podem ser totalmente diferentes do que se tornarão na vida adulta, tanto na forma quanto na cor. Entenda as principais mudanças e o que está por trás disso.
Em primeiro lugar, o cabelo do recém-nascido tende a ser mais fino. “Isso porque ele possui um fio de estrutura diferente, o lanugo, sem a parte interna chamada de medula, que só existe no cabelo adulto”, explica o dermatologista e tricologista Valcinir Bedin, diretor da Associação Pele Saudável (SP). Tais fios, de acordo com o especialista, caem nos primeiros meses de vida e são substituídos pelos ditos terminais (uma prévia de como ficarão os fios definitivos) – o que ocorre até os 2 anos de idade, em média. Por isso, não se assuste: é comum o bebê “perder” os cachos e ficar com o cabelo liso após alguns cortes.
Outra diferença que se destaca diz respeito à coloração. Assim como acontece com os olhos, as mexas das crianças costumam ser mais claras porque a pele ainda está começando a produzir pigmentos.
Na chegada da puberdade, no entanto, a ação dos hormônios pode trazer mais transformações. “O cabelo pode ainda mudar de cor e de forma. Normalmente escurece, podendo também se tornar mais liso ou cacheado”, afirma Bedin. Entendeu por que, nos álbuns de famílias, muitas crianças loiras e cacheadas se tornam adultos de cabelos castanhos e lisos?
Enquanto algumas crianças nascem com muito cabelo, outras são quase carequinhas. De acordo com a dermatologista Denise Steiner, a genética e o grupo étnico determinam como será o cabelo do seu filho ao nascer. “Bebês orientais, por exemplo, são mais cabeludos geralmente”, diz. Ela explica que é preciso ser paciente, pois algumas crianças podem continuar com poucos fios até os 2 anos. “Após essa fase, porém, cabelos fracos ou muitas falhas no couro cabeludo podem indicar desnutrição ou até mesmo doenças genéticas. Na dúvida, consulte um especialista para fazer uma avaliação”, sugere a dermatologista.
Créditos - Revista Crescer - Globo.com